Responsabilidade com o manejo de questões técnicas e ambientais marca quatro décadas de atuação da Baggio Schiavon Arquitetura
Curitiba comemora 328 anos neste 29 de março de 2021. Uma das cidades mais modernas, conectadas e inteligentes do país, a capital do estado é lembrada, entre tantos outros motivos, pelo esforço marcante na preservação das Araucárias, a espécie de árvore símbolo do Paraná.
Ainda que ameaçada, a espécie segue protegida nas cidades e pode ser conferida em abundâncias nas propriedades rurais. Em Curitiba, na soma de esforços para preservar as Araucárias, foi demandada uma atenção extra entre arquitetos e incorporadores, eventualmente envolvidos em projetos cuja implantação se daria em terrenos destacados pela espécie. Para a Baggio Schiavon Arquitetura (BSA), escritório que detém 80% de sua produção em Curitiba, ou seja, tem a capital paranaense como principal cliente, o desafio sempre foi recebido com extremo respeito. “Uma das principais características da nossa atuação é a responsabilidade com o manejo de questões técnicas e ambientais. A sustentabilidade faz parte da identidade da BSA”, assegura Flávio Schiavon (foto abaixo).
E é neste contexto de soluções para Curitiba, com ênfase para a preservação das Araucárias em projetos da BSA (www.bsa.com.br), que o escritório que celebra 40 anos de atuação com sotaque paranaense, apresenta duas soluções arquitetônicas, desenvolvidas para a incorporadora Laguna.
“Ao fim, o empreendimento de arquitetura contemporânea, com seus panos de vidros e telas metálicas, acabou abraçando a árvore, em perfeita simbiose, ganhando mais vida, equilíbrio e graça”
Quando o desafio vira oportunidade
O PINAH, que encontra em Curitiba sua própria inspiração, tem as Araucárias completando o terreno e sendo vizinhas dos moradores. “Ao desenvolver o projeto do PINAH encontramos o desafio da preservação das 13 Araucárias existentes no local, bem como do maciço de vegetação que se configurava um bosque e já se encontrava um pouco degradado”, comenta o arquiteto Ignácio Javier Pablos Ortega. Segundo ele, a existência de uma espécie protegida em um terreno muitas vezes é encarada como empecilho, porém, no caso do PINAH e outros projetos, o desafio se tornou oportunidade. “Fizemos com que as Araucárias se tornassem o espírito do projeto, mantendo sua preservação integral”, continua Ortega.
A preservação das Araucárias ditou todas as decisões deste empreendimento – desde o tipo de produto que seria desenvolvido até o trabalho conjunto com os recursos naturais. “Isso marcou a pauta para que implementássemos o edifício do modo como foi. Também nos inspirou a criar essa arquitetura de terraços suspensos e plataformas com vegetação nas alturas, muito parecido com o que temos em nossas Araucárias, que criam aquele maciço de vegetação no topo”, comenta o arquiteto.
Além disso, junto à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a BSA elaborou um projeto de renovação e adensamento do bosque existente. “Com essas medidas e com a inspiração que obtivemos a partir da árvore símbolo do município, desenvolvemos o PINAH. Acreditamos que o sucesso alcançado reside no conceito de natureza, no espírito de preservação e na ideologia de criar uma experiência de vida melhor para os moradores”, avalia Schiavon.
Para além da sintonia criada entre natureza e arquitetura, o projeto do PINAH também veio atender o anseio das pessoas – especialmente nesta época difícil, na qual o tempo passado em casa assume características sem precedentes na história moderna – pelo contato com a natureza, em poder ver o céu, em poder estar ao ar livre e se sentirem bem, saudáveis e seguras. “Não apenas pela intenção da equipe de projeto, mas também por destino, tudo conspirou para o resultado do PINAH e sua habilidade em solucionar a reconexão do homem com a natureza, de forma equilibrada, através de elementos de biofilia”, completa Ortega.
Simbiose
Desde a concepção do ROC Batel, no coração de um dos bairros mais desejados de Curitiba, houve grande preocupação quanto à saúde da única Araucária presente no terreno. Segundo Fabriccio Dequech Bettega, arquiteto e coordenador de projetos da BSA, com o rebaixamento de lençol freático pela construção dos subsolos e possíveis danos causados pela obra, existia a possibilidade de a árvore não resistir. Sendo assim, foi preservada, em projeto e durante a obra, a área equivalente à sua copada, somada a um raio adicional protetivo de 1,50 metros, de modo a proteger as galhadas de eventuais podas para utilização de equipamentos durante a finalização das fachadas.
“No momento em que foi decidida a permanência da árvore no terreno, todos os olhares se voltaram para ela, a fim de transformá-la na cereja do bolo do empreendimento. Soluções de intervenção paisagística e interiores se projetaram com o intuito de se criar um ambiente favorável à área da árvore e a todos os ocupantes do empreendimento”, explica Bettega.
A Praça da Araucária foi valorizada com as áreas de permanência propostas ao seu redor, contemplando uma fonte com cascata no paredão dos fundos, muita vegetação, bancos, hortas e outros espaços de convívio. O perímetro da árvore, por sua vez, foi protegido com muros de vidro para preservar e conservar sua base intacta, sendo possível seu acesso apenas para manutenção paisagística. “Ao fim, o empreendimento de arquitetura contemporânea, com seus panos de vidros e telas metálicas, acabou abraçando a árvore, em perfeita simbiose, ganhando mais vida, equilíbrio e graça”, conclui Schiavon.
via assessoria
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