Isabel Furini entrevista a escritora Marílis de Assis

 

Fotos: arquivo pessoal da autora

Nossa entrevistada é Marilis de Assis, poeta curitibana, formada em Naturoterapia, com ênfase em Terapias Orientais, desenvolvendo o trabalho de Massoterapia, Florais e Reiki.

     Autora dos livros Tratado de Amor, Minha Biografia e O Jardineiro da Rosa Vermelha, participação nos Parnasos Poético I,II,III e IV, e Conexão Feira do Poeta V e VII, Mulherio das Letras Portugal, Mulherio Das Letras Na Lua, Ebook Melhores Poemas, Ebook Mulheres Poetizam- Revista Carlos Zemek.

Sensível ao mundo espiritual, seus poemas falam de paixão, magia e eternidade.


 “Poesia é arte, paixão, é entrega, manifesto, transcendência.”


 Marílis, segundo sua percepção esta época de pandemia é boa ou ruim para a criação literária? Você se sente mais ou menos inspirada?

A pandemia mexeu muito com o nosso emocional, é um período de distanciamento, de não poder sair de casa e não abraçar quem amamos. Está sendo um momento de reflexão profunda, de ressignificação coletiva.

Portanto, um momento de criação muito grande, nos enfrentamos, nos separamos e ficamos juntos, porque o dia a dia sufoca, você sai de manhã e volta à noite, não há troca relacional.

A pandemia tem um caráter ambíguo, é boa e ruim, trazendo novos aprendizados para a humanidade.

É boa porque estamos repensando no tempo e nas relações, ao mesmo tempo é ruim, por que tem muitas perdas e muito sofrimento.

Eu fiquei mais inspirada, senti uma necessidade de pôr para fora o que estava sentindo, de compartilhar uma vontade muito grande: de pôr a vida em dia.


 “Nunca se precisou tanto de poesia, como ferramenta de combate ao excesso de realidade virtual. A vida sem poesia é uma vida triste."


Quando iniciou seu interesse pela poesia?

Eu sempre gostei muito de ler e a poesia veio como forma de expressão.

Minha veia de autora desabrochou há uns 25 anos, quando comecei fazer Oficina de Poesias na Universidade Tuiuti do Paraná, com a Professora e Poetisa Roza de Oliveira.

 

Você gosta de interpretar poemas? Como se sente declamando?

Gosto muito, mas como sou tímida, eu me sinto um pouco exposta, rsss, me dá uma certa ansiedade, mas o prazer de ler uma poesia minha supera este receio.


 “É preciso ler, escrever, transmitir, compartilhar sentimentos.”


Vamos falar sobre títulos. Na sua opinião um poema precisa de título ou considera o título supérfluo? Como faz para escolher os títulos dos poemas?

Eu gosto de títulos, acredito que empodera o poema, mas entendo que cada um tem sua percepção, e se o poeta não sentir falta de título, em sendo a poesia livre, tudo é válido.

Eu escolho os títulos de acordo com o tema e o sentimento que eu quero expressar.


 “A poesia resiste ao tempo. Atemporal, eterniza os sentimentos humanos.”


Marílis, alguns falam que a Poesia não tem utilidade prática que não serve para o mundo de hoje. Qual a sua opinião?

Eu não concordo. Poesia é arte, paixão, é entrega, manifesto, transcendência.

Acho que nunca se precisou tanto de poesia, como ferramenta de combate ao excesso de realidade virtual. A vida sem poesia é uma vida triste.

 É preciso ler, escrever, transmitir, compartilhar sentimentos.

A poesia resiste ao tempo. Atemporal, eterniza os sentimentos humanos.

 

Se você fosse obrigada a escolher um poema de sua autoria que represente o seu estilo, a sua voz poética, qual escolheria? (Escrever o poema na continuação)

Eu escolho Retorno, que está no meu primeiro livro e que escrevi em uma fase de muita busca de autoconhecimento, de identidade, busca da razão das coisas. .

Retorno

Sou a Senhora do Tempo

Trago minha saga

Meio bruxa, meio maga

Meio fada

Senhora do tempo

Que da vida não sabe nada

Trago o meu amor envolto em seda

Revelo a todos que fui Ísis, fui Zara

Iansã

Renascendo com o sol a cada manhã

Á noite durmo sem certeza do amanhã

São tantos caminhos

Breves carinhos, bocas se beijam

Corpos que se enlaçam

Corações que se entrelaçam

Num único pulsar

No ritmo do amor se desafina

Surge a dor

Estou de volta

Busco Hórus Saion

Ogum

O amor dentro de cada um

Fazer bater de novo

Para acalmar a solidão

Que protesta em rebelião

Em sintonia com o teu

O meu disritmado coração

Marílis de Assis Fragmentos do meu livro Tratado de amor minha biografia

 

Fale um pouco sobre o seu trabalho como terapeuta. Você indica a leitura de poemas para seus pacientes?

O meu trabalho vem de uma busca interior de compreensão de que somos mais que um corpo, que temos um propósito a cumprir, na minha profissão identificado em ajudar as pessoas a encontrarem seu processo de cura, auxiliar na caminhada do enfrentamento da doença.

Eu trabalho há 21 anos com terapias holísticas: Massoterapia, Reiki, Terapia Floral e Cromoterapia, sendo que cada terapia desempenha um papel importante como alternativa natural para auxílio na cura.

A Massoterapia traz alívio para as dores físicas e emocionais. O Reiki serve para despertar a espiritualidade, promover bem-estar e equilíbrio. Terapia Foral é o medicamento da alma. A Cromoterapia complementa os mais diversos tratamentos com o poder curativo das cores.

Todas terapias englobam um conjunto de saberes, auxiliares da Medicina tradicional

Super indico poesia para os meus pacientes, para despertar a sensibilidade através da leitura e buscar o autoconhecimento.

 


Quais são os seus projetos para o próximo ano?

I - Lançar um novo livro que já está pronto, é a continuação do Jardineiro da Rosa Vermelha, com os personagens vivendo uma nova vida(Reencarnação).

II - Quero me dedicar mais à escrita, talvez escrever contos

III - Com a pandemia veio uma vontade muito grande de viver intensamente, quero conhecer coisas novas, deixar fluir, ver o que a vida tem para mim.




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