Isabel Furini entrevista o poeta português Antero Jeronimo

 

Divulgação

Antero Maria Jerónimo, nasceu em Abrantes (Portugal) em 1962.

        Foi militar de carreira e atualmente está na situação de Reserva.

Tem uma página de autor no FB “Na Pele do Sentir”, com cerca de 1200 seguidores, onde publica a maioria dos seus trabalhos literários.

É autor do programa “Ligados à Poesia”, emitido quinzenalmente ás terças feiras (21h00), na webrádio “RLX – Rádio Lisboa”.

Editou 2 livros de poesia, “Janela do Tempo” (2015) e “NaTeia do Esquecimento” (2022).  Participou ainda em coautoria em mais de duas dezenas de colectâneas de poesia e contos.

1.  Quando surgiu o seu interesse pela Poesia?

R: Antes de mais, obrigado por esta oportunidade.

     Desde tenra idade sempre gostei muito de leitura, mas não tinha por  

     hábito escrever. Foi principalmente a partir de 2013, com a expansão das redes sociais, que comecei por participar e ser selecionado para concursos, que passei a escrever assiduamente. Senti também por isso uma maior necessidade de ler e reler grandes clássicos da literatura portuguesa e mundial, para adquirir “bagagem” e melhorar os níveis de conhecimento.

 

2.  Antero, você publica seus poemas nas redes sociais. Você sabe quantos poemas já escreveu?

 

R: Não consigo contabilizar com rigor, mas são na ordem de algumas centenas. Por vezes associo determinados pensamentos a imagens, aliás essa foi uma das formas que comecei a escrever, mas não contabilizo esses pensamentos como poemas, chamo-lhe “estados de alma”.  A maioria dos meus trabalhos literários pode ser acompanhado no FB em “Na Pele do Sentir” de Antero Jerónimo, e também partilho alguns no Instagram em @jeronimoantero.

 

3.  Cite os nomes de seus autores preferidos.

R: São muitos os autores preferidos, é difícil contabilizar todos.

Fernando Pessoa, Eugénio de Andrade, Eça de Queiroz, Alexandre Herculano, Sophia de Mello Breyner, Miguel Torga, Al Berto, Mário Cesariny, Ary dos Santos, José Saramago, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes. Autores contemporâneos como, Mia Couto, Joaquim Pessoa, Casimiro de Brito, Maria Teresa Horta, JoséLuís Peixoto, Nuno Júdice, e haveria ainda muitos mais.

 

4.    Fale sobre seus livros.

R: Janela do Tempo, Edições OZ (2015) é um livro de memórias, de vivências, de afetos. Fala do amor, da sensualidade, de pensamentos introspetivos. Aborda também questões sociais (fome, pobreza, alcoolismo, violência, guerra) e preocupações com o meio ambiente.

Na Teia do Esquecimento, Âncora Editora e Programa Fim do Império (2022), aborda a poética da guerra, explorando de forma vincada os aspetos psicológicos e emocionais dos combatentes, dos seus medos e anseios, pretendendo ser uma homenagem a estes pelo legado que nos transmitiram dos nossos antepassados. Fala ainda do pensamento introspetivo e também preocupações com as questões sociais e desmandos do Homem contra a Natureza. 

 

5.    Como iniciou esse trabalho de Poesia no rádio?

R: Eu tinha feito anteriormente uma apresentação na rádio sobre o meu livro Janela do Tempo, a convite de António Serra da Rádio Cruzeiro de Odivelas. Em 2021, o António com outras pessoas criou um novo projeto de webrádio (a RLX – Rádio Lisboa), convidando várias pessoas para diferentes temáticas a integrar no projeto.

     Inicialmente comecei  numa rubrica de 10 min. integrada no programa “Sebenta do Tempo” e posteriormente com o programa “Ligados à Poesia”, que passa quinzenalmente à 3ª feira pelas 21h00 na RLX, com cerca de 20 min.É possivel encontrar no Youtube em “Ligados à Poesia – Antero Jerónimo” a maioria das emissões que gravei até ao momento. Visitem e se gostarem, subscrevam o canal.  

 

6.    Como escolhe os poemas para o programa?

 

R: Maioritariamente de duas formas: a partir de uma antologia poética seleciono vários autores (em média 8 ou 9), para fazer a emissão; vou também guardando textos que leio e que aprecio nas redes sociais, até perfazer um número suficiente para um programa. O principal objetivo deste programa é promover e divulgar a diversidade de autores e de sentires.

 

7.  Você tem alguma técnica para construir os poemas?

 

R: Frequentemente ao escrever um poema, houve algo antes que fez despoletar esse fio condutor inicial. Pode ser uma frase de um livro, uma fotografia, uma notícia ou uma situação que testemunhei,etc…, e a partir daí eu construo e amadureço o poema, que pode ficar completo no momento ou levar algum tempo até finalizar.  

 

8.  Onde lançou os seus livros?

 

R: Janela do Tempo foi lançado no Centro de Exposições de Odivelas (Portugal), pelas Edições OZ, em 2015.

     Na Teia do Esquecimento faz parte de uma coleção “Programa Fim do Império”, que visa recolher testemunhos sobre as guerras em que Portugal esteve envolvido, com o objetivo de preservar a História desses períodos. Foi lançado pela Âncora Editora e Programa Fim do Império, no Forte Bom Sucesso – Belém (Portugal), em 2022.

 

9.  Quais são os assuntos que mais o inspiram?

R: Eu procuro diversificar o tema sobre o qual escrevo nos meus poemas.

Como já mencionei anteriormente, abordo muito questões que agitam o nosso “Eu” interior, mas também o amor e a sensualidade, a Mulher, a Criança, as questões sociais e as preocupações com o meio ambiente

 

10.  Poderia nos apresentar um poema de sua autoria para que os leitores conheçam seu estilo?

 

CRIANÇA

 

Pintas o mundo de pura beleza

com os teus olhos não corrompidos

tens todo um mundo por descobrir

um mundo por inventar

mil sonhos por fantasiar

 

contagia a cegueira dos homens

ignorantes do seu bem mais precioso

em teu bolso costurado sem maldade

não cabem o ódio a fome o frio e a dor

 

tu és a certeza de um novo (re)começo

um testemunho de continuidade

és para o Homem o perdão

tu és uma nova oportunidade

 

dança e canta linda Criança

faz o mundo rodopiar

para que a lembrança humana

gire na roda viva da infância

 

Saiba mais, acesse as redes sociais do  autor:

FB: https://www.facebook.com/antero.jeronimo.autor

Instagram: https://www.instagram.com/jeronimoantero/