Arquitetura humanitária: escritório curitibano participa de concurso internacional da Archstorming

 A escola projetada pelo Sum Architecture pode ser construída pela ONG Abay Ethiopia em uma aldeia rural na Etiópia

O “The Offspring School” foi pensado para abranger toda a comunidade escolar, crianças e suas famílias são bem-vindas. Crédito: Sum Architecture.










                     O Sum Architecture, escritório de arquitetura especializado em projetos educacionais e comerciais, participa de um concurso internacional de arquitetura humanitária com o projeto “The Offspring School”. O “Ethiopian Satellite Preschools Competition”, promovido pela Archstorming, procura projetos para duas futuras escolas da ONG Abay Ethiopia, que serão construídas nas aldeias rurais de Dillu e Hiddi na Etiópia.


Os vencedores serão anunciados no dia 8 de junho. Desde já, o escritório curitibano celebra o fato de ser um dos representes brasileiros nesta iniciativa, que opera com o objetivo de promover a igualdade de oportunidades. A Archstorming promove concursos internacionais de arquitetura humanitária em busca de projetos que melhorem questões como alívio em desastres, pobreza, conflitos, doenças, etc.


A arquiteta Roberta Jiraschek, do Sum Architecture, comemora a classificação e conta que estão com boas expectativas. Para ela, esta é uma oportunidade de mostrar ao mundo que a arquitetura pode ir além das paredes dos edifícios. Principalmente em situações de vulnerabilidade - como é o caso destas comunidades etiópicas - ajudando a garantir desde o direito à educação ao suprimento das necessidades básicas, como o acesso à água potável, por exemplo.


A profissional explica que o projeto é mais que uma escola, o The Offspring School” é um complexo voltado à educação, à saúde e ao apoio da comunidade. Roberta defende que este modelo de construção pode se tornar “um mecanismo para alavancar mudanças positivas na comunidade e melhorar o bem-estar das pessoas, colaborando também para ensinar e praticar valores de pertencimento e civilidade”, diz.


O projeto

O “The Offspring School” integra conceitos arquitetônicos e pedagógicos. Foi desenvolvido para abranger toda a comunidade local: crianças e suas famílias são bem-vindas. O fluxo organizacional os convida para entrar na escola de maneira que se sintam acolhidas. O objetivo é que todos encontrem um local seguro para aprender, e também buscar ajuda quando necessário.

 
A flexibilidade dos espaços é uma prioridade no projeto. Crédito: Sum Architecture

A disposição dos blocos de construção permite a ventilação cruzada dentro do edifício e, juntamente com as aberturas entre as paredes e o telhado, fornecem resfriamento natural ao prédio. Um ponto extremamente importante, dadas às características naturais da região, é que todas as áreas construídas podem ser adaptadas às necessidades e condições do solo.


Crédito: Sum Architecture

Árvores de moringa, moringa stenopetala, circundam toda a planta do projeto. Além da maravilhosa propriedade medicinal, são excelentes para proporcionar uma área sombreada. Também servem como brincadeira de escalada para as crianças.


As árvores também são acessíveis nas áreas fora da escola, beneficiando toda a comunidade com suas folhas e frutos. Crédito: Sum Architecure.

Cada bloco conta com duas salas de aula e uma área de recreação comum, onde as crianças podem usar sua imaginação e criatividade para brincar com simples meias esferas e bancos de diferentes alturas.


Esta interação pode fomentar muitas habilidades nos pequenos, como avaliação de risco e respeito à natureza. Crédito: Sum Architecture


Esta interação pode fomentar muitas habilidades nos pequenos, como avaliação de risco e respeito à natureza. Crédito: Sum Architecture

Enquanto brincam, também desenvolvem o senso de pertencimento.


A planta baixa, simples, é adaptável a variados layouts. Crédito: Sum Architecture

 


A planta baixa, simples, é adaptável a variados layouts. Crédito: Sum Architecture

O bloco que comporta as salas de aula possui forma de "L", o espaço de aprendizagem é aberto e circunda uma árvore de mangueira. Os professores têm a possibilidade de dividir os alunos em grupos de aprendizagem diferentes, conseguindo supervisionar todos eles ao mesmo tempo.


As salas de aula contam com uma área reservada para alunos especiais ou pessoas que precisam de mais apoio. Crédito: Sum Architecture

Cada sala de aula possui 58 m². As duas podem ser combinadas, de forma que a área de aprendizagem ao ar livre é compartilhada por ambas as turmas. Esse intercâmbio educacional entre diferentes idades enriquece as experiências.


Após o horário escolar, as salas de aula também podem ser utilizadas como centros de apoio socioemocional. Crédito: Sum Architecture

As salas de aula e áreas comuns são planejadas para serem exploradas ​​como elementos de ensino, onde as crianças podem acompanhar e desfrutar de processos, como a coleta de água da chuva.


A interação com a natureza e a relação sustentável com o meio ambiente são prioridades no projeto. Crédito: Sum Architecture


As áreas sombreadas são essenciais para momentos de descanso e recreação. Crédito: Sum Architecture.


via assessoria


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