Complicações decorrentes das quedas afetam
a qualidade de vida dos idosos
Pessoas com mais de 60 anos têm mais probabilidade de sofrer quedas e por isso estão mais propensas a sofrer fratura de fêmur ou de quadril. “As estatísticas mostram que um terço da população masculina e metade da população feminina vai ter uma fratura por osteoporose durante a vida”, alerta o médico Christiano Saliba Uliana, ortopedista do Hospital VITA, especialista em cirurgia do quadril e traumatologia.
O Dr. Saliba explica que com
o envelhecimento, o esqueleto vai perdendo a capacidade de reter cálcio, e fica
menos denso, mais ‘poroso’, e assim, mais vulnerável a sofrer fraturas. As
fraturas do quadril são hoje responsáveis por grande parte dos internamentos e
procedimentos cirúrgicos na área da Ortopedia. Segundo o ortopedista, milhões
de pessoas são vítimas desse tipo de fratura, que além de causar muitas
limitações físicas ao indivíduo, resulta em um alto índice de mortalidade.
Devido à relevância do problema,
programas de prevenção de quedas são hoje estudados no mundo inteiro, com o
intuito de orientar a população sobre como evitá-las. Por meio dos programas é
possível diminuir em 30% o número de pessoas que sofrem quedas em casa.
Inicialmente, é necessário avaliar se a pessoa faz parte do grupo de risco.
Alguns exemplos de situações em que as pessoas se encaixam no grupo de risco
são: idosos; portadoras de doenças crônicas, como a osteoporose; problemas
neurológicos (desequilíbrio, tontura); defeitos de visão e sedentárias. “É
fundamental saber se o indivíduo se encaixa em alguma das situações, para que o
profissional possa atuar na
melhor forma de tratamento, que é a prevenção”, destaca o Dr. Saliba.
Como prevenir as quedas
Existem maneiras simples e
diretas de diminuir os riscos de sofrer uma queda. Mudança nos hábitos de vida
como a realização de exercícios periódicos que proporcionam melhora
no equilíbrio e ganho de força muscular é uma forma de evitar acidentes.
Realizar caminhadas periódicas melhora a condição física. Além dos exercícios,
os programas de prevenção alertam para a importância do tratamento e
acompanhamento médico periódico das doenças crônicas, como as condições
oftalmológicas.
Outra recomendação é o uso
de calçados adequados no dia a dia. De acordo com o ortopedista, o
uso de calçado errado é uma questão bastante frequente em consultório médico. O
calçado ideal deve ter solado de borracha antideslizante, com salto de no
máximo 2cm, ser confortável, de forma a se adaptar bem ao pé e com base e bicos
largos.
Meios de mudar os dados
O Dr. Saliba aponta que
mudanças no âmbito domiciliar podem evitar as quedas. Dentre as medidas,
pode-se citar a necessidade de o ambiente estar sempre bem iluminado, evitar
tapetes e degraus dentro de casa, cuidar para que o chão esteja sempre seco e
de preferência que possua fitas antideslizantes. Já os banheiros devem possuir
barras de apoio e a altura do vaso sanitário deve ser elevada. À noite, deve-se
usar roupas confortáveis e manter as luzes acesas. Quanto aos objetos da
cozinha, devem estar ao alcance das pessoas sem que precisem subir em escadas
para apanhá-los.
“Quando o assunto é queda e
fratura do fêmur, o mais importante é avaliar se a pessoa pertence a algum
fator de risco e atuar diretamente nas formas de prevenção. Caso ocorra um
acidente doméstico, é necessário que a pessoa seja levada ao pronto-socorro
para avaliação médica e em caso de fratura, que esta seja tratada”, frisa o
ortopedista.
As quedas de idosos (pais,
avós, amigos) acontecem geralmente em ambiente domiciliar, durante a noite,
período em que os filhos normalmente não estão por perto para ajudar, por isso,
o Dr. Saliba dá algumas dicas:
1- Ter um canal fácil de
comunicação entre a família: um número de celular para emergências, ou grupo da
família em aplicativo de troca de mensagens;
2- Buscar ajuda nos canais
de atendimento pré-hospitalar: SAMU (192) ou uma ambulância privada caso a
pessoa tenha esse serviço contratado;
3- Solicitar o
encaminhamento para um serviço de referência em trauma, que tenha estrutura
para atender emergências desta natureza. Chegando ao hospital, pedir que um
especialista em trauma ortopédico seja o responsável para conduzir o caso;
4- Perguntar aos familiares com mais de 60
anos se estão fazendo controle da osteoporose. A melhor forma de tratar é
prevenir.
via assessoria
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