Preso na Flórida ex-policial Omar Assaf Jr. que assassinou o estudante Thiago Klemtz em Curitiba

 

O estudante de direito Thiago Klemtz foi assassinado em Curitiba em agosto de 2009
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A extradição do assassino para o Brasil deverá acontecer nos próximos dias


     Fugitivo há mais de dez anos, após ser condenado no Brasil a 16 anos de prisão pelo assassinato de um estudante, em Curitiba, o ex-policial militar Omar Assaf Jr. foi preso em Kissimmee, FL (ao sul de Orlando) na terça-feira (23/8). Sob custódia da US Marshal Service em Orlando, Assaf, 42, aguarda extradição, que será julgada por um juiz federal, em audiência prevista para 31 de agosto.

Um memorando da Promotoria de Orlando pede ao juiz que, para cumprir as obrigações previstas em tratado com o Brasil mantenha o fugitivo preso, sem direito à fiança, porque ele representa risco de fuga e um perigo para a comunidade — e nenhuma circunstância especial justifica sua libertação.

Assaf foi condenado em julho de 2012 por homicídio (qualificado) do estudante de Direito Thiago Klemtz de Abreu Pessoa, então com 19 anos, em agosto de 2009, do lado de fora do Bar Harmonia, em Curitiba. De acordo com os autos, Assaf deu três tiros, com arma da corporação, depois de confundi-lo com outra pessoa, a que realmente iniciou uma confusão no bar.

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Assaf chegou a ser preso, mas foi solto por efeito de habeas corpus concedido pela justiça. E desapareceu. De acordo com os autos em poder da justiça dos Estados Unidos, citados pelo site Daily Beast, ele foi encontrado graças à mãe da vítima, Patricia Klemtz, que o rastreou na mídia social por cinco anos. Ela o localizou em 2017 e a polícia brasileira acionou a Interpol.

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Segundo o Daily Beast, nos últimos dez anos o ex-policial de São José dos Pinhais viveu "abertamente" na área de Kissimmee, onde trabalhou na empresa de manutenção de seu tio, a Parana Services, Inc., e operou sua própria empresa de móveis e decoração, a Sibus Furniture & Decor, LLC. O Daily Beast também publica a "ficha de identificação de pessoas" (para captura) de Assad.

O memorando da promotoria relata que Jaques Pereira testemunhou em corte que a vítima se parecia com Targino Marchiore, o que teria se envolvido em uma briga dentro do bar com amigos de Assad. Targino Marchiore também testemunhou que ele e a vítima de pareciam, de forma que Assad matou Thiago Klemtz por engano.

Assad atirou em Thiago Klemtz e em alguns de seus amigos quando eles corriam para se proteger. Um tiro acertou Thiago, que caiu. Assad teria se aproximado e dado mais dois tiros em Thiago, quando ele lhe pedia para não matá-lo "pelo amor de Deus", diz o memorando. Depois de atirar em Thiago, Assad teria ido embora, falando no celular, segundo uma testemunha que presenciou o crime da janela de um apartamento.

Por João Ozorio de Melo é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos. (via CONJUR).

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