Crime aconteceu em setembro no interior de São Paulo. Mulher era procurada pela polícia por ter encomendado o crime.
Foi presa em Londrina nesta quinta-feira (24) Elisângela Silva Paião, de 47 anos. Ela era procurada pela polícia por ter encomendado a morte do próprio marido, o fazendeiro Airton Braz Paião, em um crime registrado em 21 de setembro deste ano em Iepê, na região de Presidente Prudente, no oeste do estado de São Paulo.
Elisângela compareceu à delegacia da Polícia Civil de Londrina acompanhada de advogados, momento em que houve o cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça paulista. O Ministério Público de SP representou pela prisão.
Também foi cumprida a prisão preventiva de outro suspeito indiciado pela mesma situação. Um homem de 47 anos identificado como Fabrício Severino Gomes Merilis já estava preso temporariamente na Cadeia de Presidente Venceslau (SP) e será transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá (SP).
O inquérito policial foi finalizado e, tanto Elisângela, como o outro suspeito foram indiciados por tentativa de homicídio qualificado, o que levou a Justiça a decretar a prisão preventiva deles.
O caso
Em 21 de setembro deste ano, o fazendeiro Airton Braz Paião, de 54 anos, foi vítima de uma emboscada em um canavial, na cidade de Iepê, onde levou quatro tiros na cabeça e uma facada nas costas. Esse crime é a tentativa de homicídio qualificado pelo qual foram indiciados a então esposa dele, Elisângela Silva Paião, e o funcionário público Fabrício Severino Gomes Merilis.
“A Polícia Civil concluiu que Elisângela é autora do crime de tentativa de homicídio qualificado pela torpeza porque ela tinha domínio sobre o fato”, explicou ao g1 nesta quinta-feira (24) o delegado Carlos Henrique Bernardes Gasques, responsável pelas investigações.
Três dias após a emboscada em Iepê, o fazendeiro foi assassinado a tiros por um policial militar dentro da Santa Casa de Misericórdia em Presidente Prudente (SP), onde se encontrava internado depois da tentativa de homicídio. Apõs assassinar o fazendeiro, o soldado Marcos Francisco do Nascimento, de 30 anos, cometeu suicídio, ainda dentro do hospital. Com a morte do policial militar, sua punibilidade foi extinta.
Elisângela, por sua vez, não foi ao velório do marido, o que levantou suspeita dos policiais, que passaram a investigá-la. Gasques detalhou o que teria levado o fazendeiro a ir até o canavial onde ocorreu a tentativa de homicídio, em Iepê:
"Este produtor rural estava mantendo contato, pelo WhatsApp, com uma moça chamada ‘Sara Maria’, mas a polícia já concluiu que essa conta era inexistente, e que essa conta o levou até as proximidades desse canavial. E, lá de dentro, saíram dois indivíduos, encapuzados, desferindo tiros em direção à vítima e uma facada em suas costas. Foi possível concluir esse raciocínio porque a vítima, embora tenha sido alvejada, estava em condições de falar e conseguiu apontar que eram dois indivíduos encapuzados que estavam em um determinado veículo".
Delegado Bernardo Gasques
“Nós conseguimos fazer essa identificação porque a vítima apontou o veículo supostamente envolvido, aí os investigadores da delegacia conseguiram fazer um trabalho de monitoramento de câmeras de toda a cidade, inclusive do canavial, e chegamos à conclusão que esse veículo era do policial militar”, explicou Gasques.
Ainda conforme o delegado, as investigações avançaram e indicaram que havia mais uma pessoa dentro do veículo no dia do crime no canavial, que seria o suspeito de 47 anos, preso desde o dia 26 de setembro.
“Circula na cidade a informação de que a esposa do produtor rural teria um romance com ele [policial militar Marcos Francisco do Nascimento], e ela confirmou para mim, informalmente, que tinha. Porém, o policial militar falou somente que era muito amigo dela e que sabia de coisas que incomodavam [o fazendeiro]. Ela falou também para mim que gostava muito desse policial e que pretendia se separar do seu marido, e aconteceu essa fatalidade”, pontuou o delegado.
Já os fatos ocorridos na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente seguem sob investigação da Polícia Civil.
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