“Mulheres Indígenas da BR 277” na Cinemateca de Curitiba

 

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Na quinta-feira 31 de agosto, na Cinemateca de Curitiba, aconteceu a primeira exibição do documentário “Mulheres Indígenas da BR 277”, que assinala a estreia na direção de Taylla Sirino e tem codireção de Hermínia Motta. 


      O filme tem como proposta estender um olhar sobre as mulheres indígenas que vivem às margens da rodovia BR 277, uma via transversal que atravessa o estado do Paraná de ponta a ponta. A ideia de realizar o filme surgiu a partir de inúmeras viagens que a cineasta e atual Reitora da Unespar, Salete Machado, fez pela região. Nessas ocasiões Salete observou o grande número de mulheres indígenas à beira da estrada, que margeia reservas onde elas habitam, e que sobrevivem da venda de artesanato. Ao se aprofundar sobre a questão visando escrever o roteiro do filme, a cineasta conheceu mais a fundo as duras questões de sobrevivência que afetam a população indígena do estado, notadamente as mulheres, que encontram no artesanato uma maneira de manter vivas suas tradições culturais e gerar rendimentos fundamentais para suas famílias. As diretoras traduziram o roteiro numa série de entrevistas onde podemos conhecer mais a fundo a labuta diárias dessas mulheres, que além de realizar seu trabalho como artesãs ainda tem que dar conta de seus compromissos com o cuidado de suas famílias e de seus lares. Imagens expressivas captadas pela câmera de Alisson Prodlik registram a realidade das regiões filmadas e revelam com riqueza de detalhes a beleza da arte ancestral do artesanato indígena.

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Mulheres Indígenas da BR 277” é um olhar sensível das jovens diretoras Taylla Sirino e Hermínia Motta das etnias Guarani e Kaingang e a difícil sobrevivência a partir do artesanato que produzem. O filme nos aproxima da luta cotidiana destas mulheres, desde a busca pela matéria-prima já escassa em terras devastadas pelos não-indígenas, até a venda destes artefatos culturais que é feita na beira da BR-277, em condições precárias e perigosas. O documentário dá voz a estas existências e contribui para refletirmos sobre a condição de abandono e invisibilidade dos povos originários.

A diretora e a codiretora revelam grande sensibilidade no encontro com as mulheres entrevistadas e empatia para extrair delas depoimentos sinceros, que contém revelações sobre seus sentimentos íntimos e sobre suas dificuldades no enfrentamento do cotidiano. O documentário dá voz também à novas lideranças indígenas femininas, que expressam sua insatisfação com o estado atual das coisas e manifestam sua disposição em lutar por melhores condições de vida para os povos originários. Depois da estreia na Cinemateca, que contou com a presença de personalidades das áreas da cultura e educação, o filme deve ser exibido em um circuito de mostras e festivais no Brasil e exterior.

Via assessoria


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