Foto: Lucas Fermin/SEED-PR
Novo levantamento divulgado pelo IBGE aponta uma população mais jovem residente em Terras Indígenas quando comparadas aos que moram em outras áreas. No caso dos quilombolas, a lógica é inversa, com média de idade superior entre aqueles que vivem dentro dos territórios tradicionais.
A média da
população indígena paranaense é dois anos superior à da nacional, que é de 25
anos, e semelhante aos demais estados do Sul: no Rio Grande do Sul ela é de 26
anos, enquanto em Santa Catarina, de 27. Em relação à população geral do
Paraná, que possui média de 35 anos de idade, os indígenas paranaenses são, em
média, 8 anos mais jovens.
No Paraná,
são 30.466 indígenas. A faixa etária com mais indivíduos é a entre 15 e 19
anos, com 2.895 pessoas. Há ainda 2.858 indígenas entre 20 e 24 anos, 2.756
entre 10 e 14 anos, 2.690 entre 5 a 9 anos, 2.681 entre 25 a 29 anos, 2.197
entre 30 a 34 anos, 2.503 de 0 a 4 anos, 2.044 entre 35 a 39 anos e 1.835 entre
40 a 44 anos. O estudo também aponta 33 indígenas recém-nascidos, com até 4
meses de idade, enquanto 15 já viveram mais de um século de vida.
TERRAS INDÍGENAS – O mais recente levantamento do IBGE também
apresenta dados sobre a população residente especificamente em Terras
Indígenas, que são áreas de posse e uso coletivo, reconhecidas pelo Estado e
protegidas pela Constituição Federal visando garantir os direitos territoriais
e culturais dos povos originários.
No Paraná,
os indígenas residentes nestas áreas têm uma idade mediana de 21 anos contra 34
daqueles que moram em outros locais. Diferente da média, cujo cálculo é feito
ao dividir a soma das idades pelo número de indivíduos, a mediana é usada para
dividir a população em duas partes iguais. Ou seja, é a idade que separa a
metade mais jovem da metade mais velha da população.
A existência
de uma população mais jovem em Terras Indígenas é uma tendência nacional. No
Maranhão, por exemplo, a idade mediana em Terras Indígenas é 16 anos, a menor
do Brasil, cuja mediana é de 19. Fora das Terras Indígenas a maior mediana é do
Rio de Janeiro, com 43 anos, enquanto a média nacional é de 30.
Nacionalmente,
o Censo mostra que o maior peso percentual concentra-se na faixa de idade entre
zero e 14 anos, que representa 29,95% da população indígena, seguida da faixa
entre 15 e 29 anos, com 26,15%, e 30 a 44 anos, que representa 19,63% da
população indígena no Brasil.
QUILOMBOLAS – Em julho do ano passado, o IBGE já havia confirmado que
o Paraná possui a 2ª maior população quilombola da região Sul com 7.113
pessoas. O mais recente levantamento aponta agora que esta parcela da população
têm no Paraná a mesma idade mediana do País, de 31 anos, número que sobe para
37 no caso dos moradores específicos dos Territórios Quilombolas.
Em nível
nacional, os quilombolas têm 28 anos de idade mediana dentro dos territórios e
de 30 fora deles. Em relação às regiões, a menor idade mediana dos quilombolas
está no Norte do País (26 anos), seguido pelo Nordeste (31 anos). Esta última
concentra 68,1% da população quilombola do Brasil.
Entre os
quilombolas do Paraná, 635 têm idade entre 5 a 9 anos, 633 de 15 a 19 anos, 587
de 10 a 14 anos, 503 de 0 a 4 anos, 488 de 40 a 44 anos e 483 de 35 a 39 anos,
entre outros. O Estado tem, ainda, dois quilombolas com mais de 100 anos.
SEXO – Outro aspecto revelado pelos novos estudos é sobre o
sexo da população. No Paraná, são 15.043 homens e 15.423 mulheres indígenas. Em
Terras Indígenas, são 6.871 homens e 7.022 mulheres, enquanto fora delas vivem
8.172 homens e 8.401 mulheres.
No Brasil, a
razão de sexo da população residente é de 94,25, ou seja, há 94 homens para
cada 100 mulheres. No caso específico da população indígena, identificou-se que
a razão de sexo desse grupo tradicional específico era de 97,07, indicando que
para cada 97 homens indígenas foram identificadas 100 mulheres indígenas. No
Paraná, são 97,54 homens a cada 100 mulheres indígenas.
A razão de
sexo mais elevada é a da região Norte do País (101,11), seguida pela região Sul
(98,66), Centro-Oeste (96,67), Nordeste (92,93), com a menor razão de sexo no
Sudeste (90,71), onde para cada 90 homens indígenas foram identificadas 100
mulheres indígenas.
Dos 7.113
quilombolas do Paraná, 3.641 são homens e 3.472 são mulheres. São 347 homens e
301 mulheres em Territórios Quilombolas, além de 3.294 homens e 3.171 mulheres
fora desses locais.
PIRÂMIDE – Segundo o IBGE, a pirâmide etária da população indígena
residente no Brasil apresenta um formato triangular, típico de uma população
mais jovem, caracterizando-se por uma base mais larga do que a da população
total até o grupo de 20 a 24 anos de idade. Contudo, a base da pirâmide aponta
para um possível processo de redução da fecundidade, considerando que a
diferença entre os grupos mais jovens, em termos percentuais, não é tão
acentuada quanto, por exemplo, é a pirâmide etária da população indígena
residente dentro de Terras Indígenas.
A pirâmide
etária da população quilombola apresenta uma base mais larga do que a da
população total até o grupo de idade de 20 a 24 anos. As pessoas com 60
anos ou mais eram 13% da população quilombola, um percentual menor do que esse
grupo no total de pessoas residentes no Brasil, que era de 15,8%.
CENSO 2010 – Em relação ao Censo de 2010, o crescimento na população
indígena no Paraná foi de 14,7% (eram 26.559) na época, distribuídos entre
11.934 em Terras Indígenas e 14.625 fora delas. Eram 13.251 homens e 13.308
mulheres, ou seja, a diferença também aumentou no intervalo de 12 anos entre os
dois mais recentes levantamentos. Como a população quilombola foi classificada
pela primeira vez pelo IBGE, não é possível traçar comparativos com dados
anteriores.
Confira alguns recortes do Censo 2022:
(aen)
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