Atendimento nutricional e apoio psicológico marcam iniciativa do UniBrasil contra obesidade na adolescência



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Dados alarmantes pós-pandemia preocupam e exigem atitude que integre nutrição e psicologia para apoio da população, sobretudo adolescente 
O Brasil vive uma epidemia silenciosa: mais da metade da população (cerca de 58,4%) está acima do peso, e a obesidade atinge quase um em cada quatro brasileiros, segundo dados do Vigitel 2023. No período pós-pandemia, os números dispararam, impulsionados pelo aumento do sedentarismo, do consumo de alimentos ultraprocessados e pelo impacto da saúde mental na relação com a comida. 
Os dados para a população entre 5 e 19 anos preocupam igualmente. A estimativa é que o Brasil poderá ter 50% de crianças e adolescentes obesos ou com sobrepeso até 2035, de acordo com projeção do Atlas Mundial da Obesidade 2024, realizado pela Federação Mundial da Obesidade. 
Diante desse cenário, o UniBrasil Centro Universitário fortalece iniciativas de combate à má alimentação e promoção de hábitos saudáveis por meio de atendimentos gratuitos à comunidade, realizados na Clínica-Escola de Nutrição e Psicologia e pelo programa intersetorial SaudavelMente. A proposta é unir forças entre nutrição e psicologia para atuar na raiz do problema — desde a reeducação alimentar até os fatores emocionais que contribuem para os transtornos alimentares. 
A professora Edilceia Ravazzani, coordenadora do curso de Nutrição no UniBrasil, explica que os atendimentos, realizados por alunos do curso de Nutrição, são supervisionados por um nutricionista especializado. O projeto atende todas as faixas etárias, desde crianças até idosos, com planos alimentares adaptados a cada necessidade. 
"A clínica conta com alunos do último ano do curso, e o atendimento é realizado de maneira bastante aprofundada, considerando tanto a avaliação física quanto a dietética", afirma a professora Edilceia. Ela ressalta que a principal meta da clínica é promover a educação e reeducação alimentar, visando não apenas a melhoria da saúde, mas também a promoção de hábitos alimentares saudáveis. 
 
Impacto do excesso de peso e obesidade na saúde pública 
Em relação aos problemas de saúde causados pela má alimentação, Edilceia destaca que a obesidade se tornou um problema de saúde mundial, apontando a relação estreita com doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão. "O consumo excessivo de ultraprocessados, aliado ao sedentarismo e a fatores sociais, tem levado a um aumento significativo da obesidade", explica. 
Um dado interessante compartilhado pela professora Edilceia é que, apesar de muitos adolescentes estarem em busca de mudança de hábitos, a demanda por atendimentos nutricionais voltados para essa faixa etária ainda é baixa. Ela observa que, embora o público jovem seja receptivo a ideias de saúde, ainda prefere hábitos alimentares rápidos e convenientes, como fast food e ultraprocessados. Menciona também que, para adolescentes com dificuldades mais específicas, como transtornos alimentares, a psicologia tem um papel crucial no processo. 
A professora Samanta Forti, coordenadora do Serviço-Escola de Psicologia do UniBrasil, reforça a importância do trabalho conjunto entre as áreas de nutrição e psicologia, principalmente quando o atendimento envolve adolescentes com obesidade ou transtornos alimentares. De acordo com Samanta, a saúde mental desempenha um papel fundamental na alimentação dos jovens. 
"O apoio psicológico é essencial para identificar e tratar os gatilhos emocionais que muitas vezes levam os adolescentes a compulsões alimentares. A nutrição pode proporcionar a base para uma alimentação equilibrada, mas é a psicologia que pode ajudar a resolver os aspectos emocionais", afirma a professora Samanta. 
Ela ainda acrescenta que, no caso de adolescentes que têm compulsão alimentar, o tratamento deve ser multidisciplinar. "A compulsão alimentar pode estar associada a fatores emocionais e psicológicos, e é fundamental que a alimentação seja tratada de maneira holística." 
 
Mudança de comportamento e impacto pós-pandemia 
O aspecto psicológico da obesidade se tornou mais evidente após a pandemia, quando muitos adolescentes e adultos começaram a desenvolver hábitos alimentares ainda mais desregulados, devido à ansiedade e ao confinamento. A professora Edilceia aponta que, além do aumento do consumo de ultraprocessados, a pandemia também exacerbou o sedentarismo e a falta de interação social, fatores que agravam a obesidade. 
Samanta complementa essa análise, dizendo que a pandemia não só aumentou o consumo de alimentos de baixo valor nutricional, mas também alterou a forma como os indivíduos lidam com suas emoções, o que gerou um efeito psicológico negativo sobre o comportamento alimentar. 
"A alimentação se tornou uma forma de lidar com a ansiedade, com a solidão. Em muitos casos, isso acabou resultando em ganho de peso significativo, o que agrava a situação da obesidade", analisa a professora do UniBrasil. 
 
Intervenção da psicologia e nutrição: o Programa SaudavelMente 
Em resposta a esse cenário, o programa SaudavelMente do UniBrasil surge como uma iniciativa para promover saúde e bem-estar, envolvendo diversas áreas da instituição. Embora o programa tenha um forte viés da psicologia, o curso de Nutrição também está engajado, com ações focadas na reeducação alimentar. A professora Edilceia revela que esse tipo de integração é essencial para combater a obesidade, pois a abordagem deve ser completa, considerando tanto os aspectos nutricionais quanto os psicológicos do indivíduo. 
"Os alunos da Nutrição participam do SaudavelMente, especialmente com foco na reeducação alimentar, o que tem sido importante para nossos colaboradores e comunidade", explica Edilceia. A professora Samanta complementa, afirmando que a psicologia trabalha diretamente com a alimentação emocional, sendo um pilar de apoio para quem tem dificuldades em manter uma alimentação equilibrada. 
 
Desafios e perspectivas para o futuro 
Tanto Edilceia quanto Samanta enfatizam que, apesar dos desafios, a conscientização sobre a obesidade e os cuidados com a saúde alimentar estão crescendo. No entanto, ainda é necessário melhorar a disseminação de informações sobre hábitos saudáveis, como a escolha de alimentos frescos, o aumento do consumo de frutas e verduras e a importância da atividade física. 
"A educação alimentar deve ser constante, e as políticas públicas precisam ser mais eficazes no incentivo ao consumo de alimentos in natura e no controle da oferta de ultraprocessados", sugere Edilceia. 
Por fim, Samanta destaca que o acompanhamento psicológico pode ser uma ferramenta valiosa no processo de mudança de hábitos alimentares, principalmente para aqueles com tendências emocionais que influenciam sua relação com a comida. 
"O trabalho interdisciplinar é fundamental, principalmente no contexto da obesidade adolescente, onde aspectos emocionais e comportamentais desempenham um papel crucial no sucesso do tratamento", finaliza a professora de Psicologia do UniBrasil. 

Serviço 
Programa SaudavelMente 
Endereço: Rua Konrad Adenauer, 442 - Tarumã. 
Informações e agendamentos: (41) 3361-4337 

via assessoria

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