APAGÃO NO DIA DO PRESIDENTE: FALHA TÉCNICA OU NEGLIGÊNCIA ADMINISTRATIVA?


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No dia do presidente, um constrangimento inaceitável. Na sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, durante a solenidade de inauguração da Ponte da Integração, um episódio lamentável marcou negativamente um momento histórico. Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursava, já com cerca de nove minutos de fala, o sistema de som foi abruptamente interrompido por falta de energia elétrica.

 O silêncio repentino não foi apenas técnico — foi simbólico. Lula, visivelmente irritado, chegou a esbravejar consigo mesmo diante da situação e, sem alternativa, desceu do protocolo para cumprimentar as pessoas que estavam à frente do palanque. Um gesto humano, mas que não apaga o vexame institucional.

 

Trata-se de algo inconcebível em qualquer evento oficial, ainda mais em uma cerimônia desse porte, com presença presidencial, autoridades internacionais e ampla cobertura da imprensa. Em eventos dessa magnitude, é regra básica — praxe elementar — a existência de sistemas redundantes: geradores, linhas alternativas de energia e checagens técnicas exaustivas. Nada disso pode falhar. E, se falhar, alguém falhou gravemente.

 

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A responsabilidade pela gestão do evento, do ponto de vista administrativo e operacional, recai sobre a direção da Itaipu Binacional, cujo diretor de coordenação brasileiro é Carlos Carboni. O próprio dirigente afirmou que a falha ocorreu “por falta de energia no local”, no lado brasileiro da ponte. A explicação, longe de esclarecer, agrava o problema. Falta de energia? Justamente ali? Justamente naquele momento?

 

Não se trata de um detalhe técnico menor. Trata-se de negligência administrativa, de ausência de planejamento e de compromisso com a função pública. O presidente da República não pode ser submetido a esse tipo de constrangimento no auge de um discurso oficial, ainda mais em uma obra simbólica de integração regional.

 

Diante disso, a pergunta se impõe — e não pode ser evitada: foi apenas incompetência ou houve boicote?

 

A história ensina que o improviso raramente é inocente quando ocorre no centro do poder e sob holofotes internacionais. Se foi incompetência, ela é grave demais para passar sem responsabilização. Se foi algo além disso, a apuração se torna ainda mais urgente.

 

O que não se admite é o silêncio administrativo, a naturalização do erro e a tentativa de reduzir o episódio a uma simples “queda de energia”. O respeito à Presidência da República, às instituições e ao país exige explicações claras, responsabilização e, sobretudo, competência.

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