Chocolate pressiona a cesta, mas itens em queda, como batata inglesa e tilápia, ampliam opções para uma ceia mais econômica
A Cesta de Natal está 1,63% mais cara em Curitiba e Região Metropolitana no acumulado de 12 meses, segundo análise da Fecomércio PR. O resultado coloca a capital na quarta posição entre as cidades brasileiras avaliadas pelo IBGE para a composição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15). A inflação nacional dos itens que compõem a ceia de Natal e os presentes com maior demanda no fim do ano foi de 0,72% no mesmo período.
Apesar da alta no acumulado de 12 meses, o movimento recente é moderado, tendo em vista que a inflação da Cesta de Natal em novembro foi de 0,17%, o segundo maior índice entre as capitais, mas ainda um percentual baixo, sem indicar aceleração de preços às vésperas das comemorações.
De acordo com o assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, o desempenho reflete um cenário inflacionário mais controlado ao longo de 2025. “Se a gente observar a inflação tanto no Brasil quanto em Curitiba, ela foi relativamente pequena neste ano para os principais produtos da Cesta de Natal. Nos últimos 12 meses, a inflação ficou em 1,63% em Curitiba e apenas 0,72% no Brasil”, avalia.

Ingredientes da Ceia de Natal
Entre os alimentos, o chocolate apresentou a maior alta, acumulando 30,98% nos últimos 12 meses. Também registraram variações significativas a cenoura (+21,86%), o óleo de soja (+13,99%) e a azeitona (+13,47%). Outros itens tradicionais da ceia também contribuíram para a elevação dos custos: o filé mignon subiu 10,51%, o presunto, 10,42%, e refrigerante e água mineral, 7,65%. O vinho apresentou alta de 4,82%, enquanto carne suína aumentou 2,88% e o frango, 2,55%.
Segundo Dezordi, o chocolate foi o principal responsável pela pressão sobre a cesta. “O item que mais contribuiu para o aumento de preços foi o chocolate, principalmente em função da estiagem observada em países da África Ocidental, grandes produtores de cacau. Isso reduziu a oferta da commodity e elevou os preços no mercado internacional”, explica.

Ao mesmo tempo, alguns produtos registraram quedas expressivas, criando alternativas mais econômicas para o preparo da ceia natalina. A batata inglesa recuou 38,83%, o arroz, 27,77%, e o azeite de oliva, 12,62%. A tilápia, impactada pelas limitações das exportações aos Estados Unidos, apresentou redução de 7,04%.
Para o assessor econômico da Fecomércio PR, essas retrações tiveram papel decisivo para conter a inflação do período. “Quando observamos os itens que mais caíram de preço, percebemos que muitos fazem parte do consumo diário do brasileiro. A batata inglesa, o arroz, o azeite de oliva, além de outros produtos, ajudaram a manter a inflação da Cesta de Natal em níveis bem comportados, tanto no Brasil quanto em Curitiba”, destaca.

Presentes
No grupo dos presentes, as joias e bijuterias lideraram a inflação, com alta de 17,38%, seguidas pelos livros não didáticos, que avançaram 9,17%. O chocolate, também muito utilizado como presente, registrou aumento superior a 30%. Roupas infantis e masculinas tiveram variações em torno de 7%, assim como os perfumes. A roupa feminina apresentou alta de 5,27%, os calçados e acessórios avançaram 4,62% e os brinquedos, 2,80%.
No sentido contrário, bens duráveis mostraram retração. Os aparelhos telefônicos eletrônicos tiveram queda acumulada de 5,93% e os eletrodomésticos registraram redução de 1,90%, favorecendo consumidores que planejam compras de maior valor neste fim de ano.
Conforme ressalta Lucas Dezordi, o conjunto desses movimentos explica o cenário mais equilibrado observado em 2025. “Esses itens em queda contribuíram de forma relevante para uma inflação mais controlada, permitindo que as famílias tenham mais alternativas para ajustar o consumo e organizar as compras de Natal”, conclui.
via assessoria
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